Há uma fenda em tudo. É assim que a luz entra.” Leonard Cohen

Entramos neste novo ano como quem muda de pele.

2025 foi um ano de crescendo, não porque fizemos mais, mas porque nos tornamos mais inteiras no lugar onde a vida pede verdade, no corpo, na relação com o outro e connosco, na história, no sistema.

Houve meses em que o trabalho parecia silencioso.
E, mesmo assim, algo se alinhava por dentro, como raízes a crescerem sem testemunhas.

O Affectum cresceu porque o seu campo cresceu.

Cresceu a confiança.
Cresceu a coragem de olhar sem pressa.
Cresceu a maturidade de não forçar resultados, mas sustentar movimentos.

Porque na consciência sistémica, a mudança é uma permissão de quem ousa ver além.

Permissão para sentir o que foi congelado.
Permissão para ver o que foi excluído.
Permissão para devolver o que não nos pertence.
Permissão para ocupar o nosso lugar, sem culpa, sem heroísmo, sem fuga.

2025 reforçou a linguagem do invisível, recordando que o sintoma tem lealdades, antes de surgir o conflito, que o conflito é muitas vezes um pedido de lugar, que a repetição é um recado antigo que não encontrou escuta, que a culpa pode ser só amor desorientado, e que a paz não vem da razão, mas da capacidade de honrar o essencial.

Vimos histórias a reorganizarem-se quando alguém, finalmente, disse:
“Eu vejo-te.”
E, ao ver, deixou de lutar com a vida.

Ao longo de 2025, acompanhámos pessoas, famílias, escolas, projetos e empresas com a mesma postura firme e delicada, sempre escutando sem invadir, sustentando sem conduzir, nomeando sem reduzir, acolhendo sem romantizar, harmonizando as desordens sem violência.

Há uma espiritualidade prática neste servir, com ética, presença e responsabilidade.

Para 2026, renovamos um compromisso simples e exigente, um compromisso com a verdade.

Mais verdade no corpo e na alma.
Mais verdade nas relações.
Mais verdade no trabalho.
Mais verdade na forma como damos e recebemos.
Mais verdade no que escolhemos continuar, e no que escolhemos, em consciência, deixar.

Porque crescer não é conquistar. Crescer é pertencer ao que é.

Que em 2026 expandas o espaço por dentro onde encontrarás toda a coragem necessária para viver dizendo sim a ti próprio, para amar sem te perderes.


Nós continuamos aqui.
Com o mesmo rigor.
Com a mesma sensibilidade.
Com mais consciência e confiança neste olhar que leva sempre mais longe.

E com a prova provada de que quando a ordem se restabelece, a vida volta a respirar.

Feliz novo ano!
Que seja um ano de verdade!