Numa aldeia tranquila, vivia uma jovem chamada Clara, que desde pequena se questionava: “Quem sou eu, de verdade?”
Apesar de reconhecer diversas facetas em si, Clara não conseguia identificar qual delas dominava o seu ser, qual traço definia as suas reações e moldava o seu caminho na vida.
Certo dia, enquanto passeava pelos arredores da aldeia, Clara encontrou um envelope misterioso, selado com cera e adornado com um símbolo antigo. Ao abri-lo, descobriu um convite para visitar o lendário Palácio dos Espelhos, um lugar encantado onde se dizia que cada espelho revelava um fragmento da alma e, juntos, mostravam a essência única de cada pessoa.
Intrigada e cheia de esperança, Clara seguiu o caminho indicado até chegar a um imenso palácio de pedra, adornado com detalhes dourados e janelas que deixavam entrar uma luz suave e acolhedora.
Ao entrar nos corredores, ficou maravilhada com os inúmeros espelhos que pendiam das paredes. Cada um tinha gravado na sua moldura o nome de um traço distinto, inspirado nos nove eneatipos:
- O Perfeccionista
- O Doador
- O Competitivo
- O Romântico
- O Observador
- O Leal
- O Entusiasta
- O Desafiador
- O Pacificador
Clara aproximou-se do primeiro espelho, o do Perfeccionista, e viu-se a tentar controlar cada detalhe à sua volta, sentindo a pressão de ser sempre perfeita. Em seguida, o espelho do Doador revelou a sua generosidade, mostrando-a a ajudar os outros com grande dedicação, mas também um lado de si que por vezes esquecia de cuidar do seu próprio bem-estar.
Aos poucos, à medida que passava por cada espelho, Clara descobria imagens e emoções que ressoavam com partes do seu ser, embora ainda não soubesse qual delas era a dominante.
No final da sua caminhada, Clara chegou a um salão amplo e iluminado, onde repousava um espelho imponente com uma moldura trabalhada em dourado. Este espelho, diferente dos restantes, emanava uma luz especial e parecia convidá-la a olhar mais profundamente para si mesma.
Com o coração acelerado, Clara aproximou-se e, ao se ver refletida, percebeu que, embora visse traços dos outros eneatipos, a imagem que mais se destacava era a do Doador.
Neste reflexo, Clara encontrou a essência que definia o seu modo de reagir ao mundo. Compreendeu que, embora possua várias características, o seu eneatipo dominante era o do Doador. Este traço mostrava a sua natural inclinação para ajudar e cuidar dos outros, mas também indicava dois caminhos distintos:
O Caminho da Regressão: Se se deixasse dominar pela auto-sacrifício sem limites, correria o risco de se perder, negligenciando as próprias necessidades e a própria felicidade.
O Caminho da Evolução: Se, pelo contrário, aprendesse a equilibrar a sua generosidade com o amor e o cuidado por si mesma, poderia transformar esse traço numa fonte de força e crescimento pessoal, sentindo o seu valor e reconhecendo-se como única.
Com os olhos marejados e o coração leve, Clara absorveu a mensagem do espelho. Ela percebeu que o autoconhecimento começa por reconhecer e integrar todas as partes que nos compõem, mas que é fundamental identificar o eneatipo dominante que define as nossas reações e indica os caminhos de regressão ou de evolução.
Ao deixar o Palácio dos Espelhos, Clara sentia-se transformada, como se tivesse descoberto um tesouro escondido dentro de si. De regresso à aldeia, partilhou a sua experiência com amigos e familiares, incentivando cada um a procurar os seus próprios espelhos interiores e a descobrir a sua essência única.
E assim, a história de Clara espalhou-se, inspirando outros jovens a mergulhar na aventura do autoconhecimento, a compreender que cada um de nós possui um eneatipo dominante que revela quem somos e a orientar-nos pelo caminho da evolução, rumo a uma vida plena e autêntica.
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