LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Advogada, sócia fundadora do Instituto LIZ e Escola LIZ, formadora, escritora, entre outros “Sacro Ofícios” a que dedica a sua vida. Hoje, o Affectum recebe esta mulher de múltiplas camadas, cuja trajetória se entrelaça entre o direito, a Psicogenealogia, o estudo da cabala, a descodificação dental, a escrita e o estudo profundo da alma humana.

Ao longo dos anos, desenvolveu um trabalho pioneiro que integra justiça, memória familiar e consciência emocional, apoiando pessoas e organizações na construção de caminhos mais conscientes e enraizados. Com um percurso marcado por inquietações existenciais e pelo desejo de compreender as dinâmicas invisíveis que moldam os nossos destinos, Letícia encontrou na psicogenealogia uma linguagem para dar sentido às dores herdadas, às repetições familiares e às forças que nos movem, mesmo sem sabermos.

Nesta conversa íntima com o Affectum, vamos mergulhar na sua história pessoal, nos desafios que enfrentou ao cruzar o universo do Direito com o da alma, e no propósito que sustenta o seu trabalho como “conciliadora da existência e eterna buscadora do conhecimento”.

AFFECTUM -Quem era a Letícia Kuchockowolec Baccin antes de ser advogada? Que memórias da tua infância habitam em ti?

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Sempre fui uma criança, uma menina, adolescente e jovem alegre, talvez sob a influência do meu nome, que significa alegria. Sou a primeira de 4 irmãos, sendo que o segundo, depois de mim, mora na espiritualidade em função de um susto que minha mãe teve comigo ainda pequena. Depois tenho um irmão, Oscar, que deesenvolveu um tumor de hipófise, e uma irmã mais nova (10 anos menos), Anapaula que, segundo a minha mãe, era a “rapa do tacho”. A minha alegria ficou abalada quando, simultaneamente, descobrimos o tumor de hipófise de meu irmão (tinha ele 22); nesta época eu tinha 26, e a empresa do meu pai quebrou. Estranhamente, no período de mais dor da minha família foi o que mais ascendi profissionalmente. Nesta época eu já trabalhava como sócia de um grande escritório no Brasil, tinha um filho e estava casada com meu esposo Denilson, meu namorado desde os 15 anos. Apesar destes tempos difíceis, lembro-me sempre da estrutura religiosa, e porque não dizer espiritual, que foi estrutura nestes dias. Na minha palestra TED´X, menciono que não conseguia rezar, só perguntava à Deus: “Porque eu e até quando”. Muitos anos depois, entendi porque e para que eu passei por aquele furacão familiar; para hoje poder ajudar as pessoas exatamente no caos em que se encontram.

AFFECTUM – E quem é a Letícia Kuchockowolec Baccin hoje, a mulher, filha, mãe, advogada, formadora, terapeuta e “conciliadora da existência”?

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN –  É uma pessoa que acredita na vida, no bem maior, que deseja ver um mundo mais leve. Como sagitariana, e fiel à esta essência, sinto que sou esperança e alegria. A alegria percebida por alguns é diferente daquela que me proponho levar às pessoas. Para mim a alegria, a que chamo felicidade, é quando somos frutíferos no solo onde somos lançados: a família. Então, como mãe, esposa, amiga, docente e escritora, sempre procuro fazer com que as pessoas percebam o lado positivo e bom da vida, pois é ali que reside A nossa luz. Para mim, mesmo o que chamam “mal” é uma face do bem. Talvez seja um olhar muito otimista da vida, mas percebo que é exatamente este olhar esperançoso que faz com que muitas pessoas que chegam até mim, saiam melhores do que chegaram.

AFFECTUM – Fala-nos do teu percurso profissional e do momento em que se deu o encontro do direito e das organizações com a psicogenealogia e tudo o mais relacionado com o desenvolvimento humano?

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Conforme mencionei anteriormente, me formei com 22 anos e abri logo um escritório de advocacia com colegas da faculdade. Meu escopo já era o empresarial. Fui advogada do Sindicado dos Postos de Combustíveis do Rio Grande do Sul e sócia do meu professor de Direito Tributário, logo após a minha primeira sociedade. Fiquei muito feliz com o convite do meu professor, pois era um grande reconhecimento para mim, como recém formada. Logo meu esposo foi transferido pela Portobello a Curitiba e lá entrei na Martinelli, como sócia fundadora do quinto maior escritório de advocacia do Brasil. Pertenci a 8 OAB´s (ordem dos advogados no Brasil), viajei o Brasil inteiro, gerenciei e liderei mais de 640 pessoas, atendi empresas multinacionais e também familiares, sempre em contato com os CEO´s, buscando dirimir os conflitos internos, preferencialmente sem judicialização.

AFFECTUM – De que forma o teu próprio processo de cura moldou o teu caminho? Existe alguém na tua linhagem que acompanha e inspira o teu “sacro ofício”?

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Houve um momento muito importante e doloroso, onde me peguei com muito medo de perder minha mãe, quando do nascimento da minha irmã. Minha mãe, Maria Terezinha, o nome fala por si, era uma mulher de muita fé. Teve uma gestação de risco da minha irmã. O médico chegou para meu pai e disse que somente conseguiria salvar uma delas. Lembro-me que estávamos os três, o meu pai, eu e meu irmão, perplexos na frente do médico quando este disse: “doutor, eu tenho dois filhos para criar”. Sei que neste momento meu pai não preferiu minha mãe à minha irmã, mas foi uma observação real diante de um momento assustador.

Antes de minha mãe entrar para a sala de parto, entramos para a ver. Lembro-me do olhar dela no fundo dos meus olhos pequenos e com muito medo, segurando as minhas mãos, e disse-me: “Nós as duas vamos sair de lá, acredite”! E assim foi. Sem que jamais eu tenha dito isto para minha mãe, esta foi a maior lição da minha vida: se acreditarmos vencemos tudo, até a morte!

Como disse antes, a alegria e a esperança são dois temas importantes para minha alma e a vivência da minha mãe e irmã ensinaram-me que se elas venceram a morte pela fé, para mim, tudo é possível. A minha mãe é a minha fonte de inspiração. Foi sua fé absoluta na vida que sustentou a nossa família quando o meu irmão passou pela doença, internado nove meses no hospital antes de ser operado, e minha mãe sem sair do lado dele, dormindo por vezes numa cadeira ou até embaixo da cama (sim, um dia presenciei isto).  A primeira letra dos seus nomes são Taw (T) de Terezinha e M (mem) de Maria, o que significa a manifestação do sacro ofício (taw) transformando as águas (emoções – mem – M), que foi o que Jesus veio fazer na terra,  dar-nos um exemplo de que, quando acreditamos que somos sua imagem e semelhança, fazemos o que Ele fez e muito mais.

A força dela, e a inspiração dos ensinamentos do mestre Jesus, com quem já tive uma experiência, me nutrem todos os dias.

AFFECTUM – Como nasce o Instituto Liz? Fala-nos das ferramentas que integras com a psicogenelaogia na tua prática profissional e que permitem desvelar o invisível.

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – O LIZ nasce nas aulas de Parapsicologia, em conversas com meu amigo irmão, Jefferson Zomignan, que foi quem deu o nome ao LIZ. Intencionalmente o nome provêm de um acrônimo onde a letra L, vem da inicial de Letícia e Z do sobrenome do Jefferson. Porém, ao me identificar com o significado do nome: Deus em abundância, senti que era este o nome do Instituto que promoveria a Conciliação da Existência.

E o que é conciliar a existência? É compreender a nossa história, conciliando com as dos nossos antepassados e ao mesmo tempo com os universos que nos regem: mental, espiritual e biológico.

O LIZ, então, já nasce no seu projeto sentido, integrando saberes. Hoje tenho uma forma muito particular de transferir conhecimento: integrando neurociência, psicogenealogia, nova medicina germânica e cabala.

A união destes conhecimentos permite identificar o que a pessoa veio resignificar na sua árvore e, a partir dela, o seu propósito de alma.

AFFECTUM – Podes contar-nos um caso ou situação marcante que revele essa fusão?

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Tenho um dos muitos depoimentos de clientes atendidos com as técnicas integradas, no meu perfil do Instagram (@psicogenealogia.liz), que é o da Marta. Marta procura-me quando eu ministrava um workshop em Guimarães, dizendo:

-“Estou morrendo e você é a minha última esperança. Os médicos já não sabem o que fazer. Tenho vermes pelo meu corpo inteiro.”

Fazendo a sua árvore na sala de aula, identifico que ela é gisant (tem simetria com um antepassado com quem não coexistiu), seu tio-avô que morreu com 18 meses. Este luto estava mal elaborado e Marta carregava o morto na alma. A tomada de consciência de Marta foi tão intensa quanto o pranto dela. Em dois meses, Marta estava curada, para espanto e curiosidade da equipa médica que a acompanhava. Hoje somos amigas; presentes que a vida trás.

AFFECTUM – Sabemos que estás em Portugal para o lançamento do teu último livro, um manual de psicogenelogia, que ocorrerá no dia 21 na feira do livro de Lisboa, e também para várias formações presenciais, em Braga e no Porto. Fala-nos do que Portugal pode esperar de todo este teu movimento.

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Tenho inovado as formações de Psicogenealogia trazendo o aporte da Cabala já no primeiro dia de aula, que acontecerá no dia 3/07 em Braga. A psicogenealogia pode ser cursada por qualquer pessoa que queira conhecer-se, ela foi conceituada pela mãe da psicogenealogia, Anne Ancelin Schutzenberger, como ferramenta e, como tal, encaixa-se em qualquer caminhada e integra-se a qualquer profissão.

A formação compreende:

– o entendimento do funcionamento da mente humana,

-a montagem da árvore genealógica,

– a aplicação dos programas que nos influenciam no lapso temporal pré-concepção, concepção, gestação, parto e tenra infância,

– questões de adoecimento que envolvem a Síndrome do Gisant, que é a conexão simetrica com os mortos que levamos dentro e que fazem parte da nossa árvore genealógica,

– a descodificação de tatuagens,

– a descodificação de nomes e

– a descodificação dental.

Costumo dizer que a psicogenealogia equivale a 10 anos de terapia, de tão potente que é como caminhada de autoconhecimento. Hoje em dia, a psicogenealogia tornou-se uma importante ferramenta para a promoção de saúde mental nas empresas. No Brasil, as empresas serão obrigadas por lei a promoverem saúde mental aos seus colaboradores, a partir de maio de 2026, sendo, portanto, a mais precisa ferramenta para tal.

Um dos cargos mais cobiçados no mercado hoje é o de Chief Happiness Officer, o diretor de felicidade nas empresas. Ouso dizer que sem a psicogenealogia, a felicidade, que conceitualmente advêm da palavra felix, que quer dizer fecundo, não consegue ser atingida tão plenamente quanto com o uso dela como ferramenta de autoconhecimento e identificação de propósito, uma vez que ser fecundo é emanar a nossa luz, e isto é propósito.

AFFECTUM – Quais as grandes transformações que pressentes na humanidade? Entre o caos que parece ter assolado o mundo e a procura cada vez maior da busca de sentido, o que observa o teu olhar conciliador?

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Sinto que estamos inevitavelmente imersos num movimento cósmico, mental e espiritual que nos guia para identificarmos o nosso messias interior. Durante muito tempo vivi sob a égide de uma família evangélica radical, que me dizia que se não obedecêssemos a Deus e/ou seus mandamentos, iríamos para o inferno. Meus avós eram judeus na Bielorussia e foram perseguidos pela fé. As suas jornadas conduziram-me para que hoje eu seja um agente de condução de pessoas que vivem os seus vazios existenciais, a identificarem a sua luz.

Percebo que o caminho espiritual já não é mais uma opção e nada mais tem a ver com religiões, mas a única saída para este mundo de caos que vivemos. Digo mais, se somos uma geração de privilegiados que estudou para compreender quem somos, enquanto os nossos antepassados trabalhavam dioturnamente para simplesmente prover, temos a obrigação de emanar nossa luz.

Sinto que é um compromisso das pessoas que estão despertas com Deus. Nosso propósito é SER, e nada tem a ver com a profissão e está diretamente conectada com nosso NOME (shem no hebraico, e que equivale à neshama, alma).  Compreender quem somos, as potências que portamos na alma e as oportunidades de crescimento a partir das dores do nosso clã, são os propulsores atuais para uma alavancagem evolutiva da humanidade nunca antes vista.

Estamos a aproximar-nos, segundo o calendário judaico, aos seis milênios de existência, o que equivale ao sexto dia da Criação, quando Deus criou adam kadmon (o homem primordial), para que ele subjugasse os pássaros do céu, os peixes do mar e os animais que rastejam pela terra. Interpretar os textos sagrados à luz da cabala é perceber o sagrado que portam para aqueles que trilham a caminhada do conhecimento e da revelação da luz interna. Subjudar as aves do céu, significa dominar nossos pensamentos, os peixes do mar, nossas emoções e os animais que rastejam, nossos instintos.

Assim, entendo que se quisermos mudar o mundo de caos que nos cerca, precisamos administrar o caos que portamos em cada um de nós.

AFFECTUM – Qual o caminho para a harmonia quando crescem as posições extremistas, nomeadamente na política, nos ideais? Como podemos caminhar para uma sociedade mais justa?

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Respeitando a individualidade de cada ser. As ideologias políticas estão sempre condicionadas ao que a árvore viveu. O que vivemos hoje é uma disputa arcaica de atenção e exclusão que desrespeitou princípios basilares de pertencimento, ordem e hierarquia.

A guerra entre israelitas e árabes. Ismael é o filho que Abraão teve com Agar, a serva de Sara, enquanto Isaque é o filho que Abraão teve com Sara. A Torá, livro sagrado judaico, considera Isaque como o antepassado dos judeus, enquanto o Corão, livro sagrado islâmico, considera Ismael como o antepassado dos árabes. Esta disputa ancestral visa o reconhecimento de um filho que foi renegado e que não teve atenção que merecia.

Nossas disputas sempre se resumem ao ego. A alma não tem ciúmes, inveja ou ódio, o ego sim. Enquanto não olharmos para as leis que regem o universo, a ética nas relações e ajustarmos o equilíbrio das relações, colheremos o que plantamos.

Como disse Jesus, a cada um a sua colheita. Meu conselho é que, ao invés de nos preocuparmos com as dores do mundo, atuemos até onde nosso braço alcança e, assim, transformaremos o entorno, formando uma grande onde de uma nova consciência.

Estou a fazer a minha parte.

AFFECTUM – É incontornável perguntar sobre o lugar que ocupa O Caminho de Santiago na tua vida e no (teu) mundo.

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – Hoje O caminho está ocupando um lugar muito importante no meu coração, mente e energia que dedico à vida. O meu marido, Denilson Baccin, que escreveu comigo o livro O CAMINHO É INDIVIDUAL, A CAMINHADA É COLETIVA, fez o Caminho de Compostela francês, quando precisou resignificar o luto da morte de seu pai e uma demissão que entendeu injusta. Eu acabei por escrever capítulos deste livro sob a ótica de quem fica, que acabei nomeando Universo Paralelo da caminhada.

Quando um membro da árvore se move, todos se movem, imagine um casal que se funde, troca fluidos e está ligado pela alma.

Foi no dia 01/10/2024 que fiz então o meu percurso nesta jornada. Costumo dizer que não fiz o caminho de Santiago, mas que caminhei nas 23 letras hebraicas na direção de Santiago de Compostela.

Esta jornada foi-me revelada num sonho, a propósito, minha avó paterna, Olga, era descodificadora de sonhos e honro muito este dom que me chega. As minhas revelações espirituais sempre chegam em sonhos, mas em sonhos de terceiros.

Um dia, um amigo disse-me: como tens ascendência judaica e sentiste o chamado pelas letras hebraicas, receberás uma autorização em sonho para trilhar esta caminhada. Confesso que ao mesmo tempo que esta mensagem foi assustadora, trouxe-me muita empolgação e expectativa.

Numa madrugada de 2018 recebi um telefonema de uma aluna me dizendo que havia sonhado comigo. Segundo ela, uma senhora de cabelos brancos (e minha avó paterna atendia a esta característica), aproximou-se de mim num círculo de pessoas, onde eu estava dentro e entregou-me duas bíblias, uma com a capa da sagrada família e outra que, segundo ela não conhecia, mas que era preta com um candelabro dourado. Enviei-lhe uma fotografia da torat com a menorát na capa e ela confirmou-me que era exatamente esta imagem. Um versículo em um papel me foi entregue e dizia: “Hebreus 7:2-7 – Malquitzedec… o maior autoriza o menor”.

Nunca havia ouvido falar neste nome. Qual foi meu espanto ao saber que era a consciência feminina de Deus na terra, sendo a hierarquia mais elevada. Comecei então a estudar a Cabala e as letras hebraicas. Tenho a propósito um livro de descodificação de nomes, RAÍZES DO NOME, que escrevi em 30 dias, bem como as cartas do alfabeto hebraico, que auxiliam na descodificação de nome, que também foi escrita neste tempo. Sou sabedora, através deste conhecimento, que quanto mais acessamos a conhecimentos sagrados, mais abrimos nosso canal para a espiritualidade.

Foi então tive outro sonho, quando estava numa sala pequena, com paredes que tinham cortinas roxas, em frente de uma pequena mesa,  e que conversei com duas pessoas, de forma telepática; uma delas era mais jovem, tinha uns 45 anos, e um senhor de cabelos brancos que já me havia aparecido noutro sonho na pandemia. Um livro com capa de cortiça foi colocado na mesa e a primeira página abriu, com o título – O LIVRO DO AMOR. Nesta mesma semana, 11 pessoas do meu entorno, alunos, parentes e clientes de meus alunos, sonharam comigo e me mandavam mensagens destes sonhos que complementavam o meu.

Foi numa ida a Lisboa que, conversando com a Ana Rodrigues, minha parceira e colega, ela me disse: Lê, sabes que em Fátima temos uma grande produção de cortiça? Foi uma grande surpresa. Lembrei-me também de um sonho de uma aluna de Porto Alegre, minha cidade natal, de que eu deveria informar-me sobre a cidade intraterrena LIZ. Qual foi meu espanto ao saber que era Fátima. Fui a Fátima com o meu marido e lá tive experiências extrasensoriais e vivenciais que inclusive conto nos meus livros.

Foi então que, motivada em escrever o LIVRO DO AMOR, decidi fazer a caminhada de 23 dias, equivalente às 23 letras hebraicas incluindo o shin de 4 aspas, de 1 a 23 de outubro. Saliento que comecei a caminhada por Tomar, onde esteve o Santo Graal, que também me veio em sonho, mas antes fomos a Fátima a pedido do meu esposo. Chegando lá percebemos que havíamos reservado hotel em data equivocada e estávamos sem hospedagem. Fizemos uma reserva noutro hotel e, chegando lá, a nossa reserva tinha sido vendida a outro hóspede. Fomos então para o terceiro hotel, Estrelas de Fátima, para onde fomos direcionados, e adivinhem o que estava no balcão da receção? Um livro grande, com capa de cortiça, onde, abrindo a primeira página, li a frase O livro do amor, uma simbologia de que a minha caminhada começava ali mesmo.

Entendi no quarto dia de caminhada que o LIVRO DO AMOR não é uma obra física, mas o corpo humano. Possuímos 23 pares cromossômicos e o 23 determina nosso sexo. O cromossomo XY (cuja soma guemátrica das letras dá 100, a totalidade) é a dimensão sagrada do ser. Entendi então que somos este livro sagrado, onde a história da humanidade e da caminhada espiritual está a ser escrita.

Assim, a minha missão é fazer as pessoas compreenderem a sacralidade desta obra. No próximo ano (2026) farei novamente a caminhada de 23 dias, porém, agora, com alunos e pessoas que querem viver esta experiência. Convido os vossos leitores e a vocês para, quem sabe, lermos esta obra juntos!

AFFECTUM – E para terminar, Letícia, uma mensagem para todos os que vivem conflitos, internos e externos.

LETÍCIA KUCHOCKOWOLEC BACCIN – A família é a escola da alma.