A meditação é uma prática milenar, cuja suja origem remonta a 3 mil anos antes de Cristo. Esta prática difundiu-se pela Ásia e foi sofrendo alterações e transformações ao ser adotada por diferentes religiões como o Budismo, Hinduísmo e Judaísmo. Já no século XX chega aos EUA por um guru indiano – Paramehansa Yogananda – que tinha como propósito de vida difundir a prática no Ocidente.

No momento em que esta prática emerge no Ocidente desmistifica-se a crença de que a meditação estava associada a uma religião ou que era sinónimo de isolamento do Mundo.

Na atualidade, compreendemos que a prática de meditação está mais próxima de uma técnica/ferramenta que promove o bem-estar e o equilíbrio do corpo físico e da mente, deixando de ser olhada, apenas, com as lentes do desenvolvimento espiritual. Se quisermos estabelecer analogias, o ginásio está para o treino do corpo físico como a meditação está para o treino da mente.

Os budistas veem a sua doutrina como uma “ciência da mente” e a meditação, como o meio de treinar a mente.[i]

A nossa mente é comparável a um lago, onde à superfície há maior agitação, representando 10% do potencial mental. É sobre essa agitação que nós temos consciência, o que acontece abaixo da superfície do lago é o no nosso inconsciente, aquele onde mergulhamos quando nos permitimos aquietar a agitação mental.  

A vida quotidiana é marcada pelo constante balancear da mente entre o que se passou, o que deveria ter sido, o que não foi ou, ainda, o que será. Através da meditação, é possível aquietar essa agitação e (re)encontrar o silêncio que existe abaixo da superfície. Voltar à presença no agora, no momento em que efetivamente a vida acontece – o agora!

A curiosidade sobre esta prática levou a que já se tivessem realizado, e continuem a realizar, vários estudos científicos. Desses estudos foi possível concluir que: consumimos 6 vezes menos oxigénio do que se estivermos dormir, levando a que a nossa mente alcance um nível de quietude maior do que quando está a dormir; e ainda, são notados efeitos no corpo e na mente com 5 dias de prática regular de meditação. A estas conclusões acrescem as evidências:

_aumento da atenção/concentração;

_melhoria da qualidade do sono;

_redução de estados de stress e ansiedade;

_fortalecimento do sistema imunitário;

_aumento da criatividade;

_promoção do repouso diário ao nosso sistema;

_expansão da nossa consciência;

 “A meditação é muito mais do que um exercício de relaxamento. Os neurocientistas constatam que os exercícios mentais regulares modificam as nossas células cinzentas – e, portanto, também o nosso modo de pensar e sentir. “ Ulrich Karft

Quando acedemos ao silêncio que há nas profundezas do lago ganhamos maior clareza mental, relaxamos o corpo físico e apaziguamos o corpo emocional elevando a nossa energia.

Em suma, sem nos tornar monges budistas e apenas realizando a prática regular de meditação podemos usufruir dos benefícios desta técnica milenar, e trazer a paz que se alcança em estado meditativo para os momentos conscientes da nossa vida que ocorrem agora.


[i] In Revista Reiki & Yoga nº 4 – 2015