Portugal está no mapa da expansão da consciência sistémica pelo Mundo. Prova disso é a realização do 2º Congresso Internacional de Consciência Sistémica a decorrer em Cascais. Para compreendermos e aprofundarmos mais o tema estivemos à conversa com a mentora e organizadora do Congresso, Maria Gorjão Henriques, ser único, filha, mãe, visionária, facilitadora de constelações entre muitas outras coisas, e pioneira na alavancagem e expansão da consciência sistémica em Portugal.
???????????????? é ???????????????? ???????????????????? ???????????????? ???????????????????????????????? ???????? ???????????????? ???????????? ???????????????????????? ???????????????????????? ???????????????????????????????????????????? ???????????? ???? ???????????????????? ???????? ????????????????????????ê???????????????? ????????????????é?????????????????
Desde miúda que me lembro de me questionar permanentemente sobre as pessoas, e sobre o que sentia. Em criança era muito introspetiva, ficava sentada à mesa a ouvir o mundo dos adultos, era o que me interessava. Na adolescência fui muito controversa, muito rebelde para me tentar tirar das limitações da educação. Os meus pais fizeram da forma como sabiam, o que foi perfeito para mim, sem qualquer sombra de dúvida. Casei, tive três filhos, duas vivas, perdi uma criança no meio, e comecei a trabalhar muito cedo, ainda no 3º ano da faculdade, num Banco e tive uma carreira de completa ascensão.
???? ???????????? ???? ???????????????????? ???? ???????????????????????????????? ???????????????? ???????????????????? ???????? ????????????????????????ê???????????????? ????????????????é?????????????????
Eu tenho uma particularidade: quando há um determinado problema ou questão, eu vou remexer nele dentro de mim até onde dói. A minha maior curiosidade e interesse é descodificar a razão pela qual os seres humanos sofrem. Como é que uma pessoa que tem um destino muito mais difícil consegue ser mais feliz do que aquela pessoa que tem um destino mais fácil, mas que tem uma atitude de vida mais derrotista. Há um ponto onde nós nos dispomos a assumir a nossa própria vida, a viver e a conectar com as coisas. Na minha perspetiva, esse ponto pode definir a evolução da humanidade: se eu estou ou não disponível a olhar para mim e assumir a minha parte de responsabilidade ou se eu quero ser eternamente criança irresponsável e achar que os outros é que têm culpa do que eu estou a viver. Esta atitude é definida pela palavra “consciência” e determina a felicidade de um ser humano e as suas expectativas. Quando eu tenho expectativas de que o meio exterior é que me devolve aquilo que eu preciso, eu estou a um passo de sofrer. Não tenho hipótese nenhuma de dar a volta à minha vida de uma forma responsável e construtiva, assumir o comando da minha vida. Para mim, este é o futuro da humanidade: eu escolher ser livre, na minha relação com o céu, desde que eu respeite as leis da natureza.
???????????????? é ???????????? ???????? ???????????????????????????? ???????????????????? ???????????????? ???????? ???????????????????????????????? ???????????? ???? ???????????????????? ???????????????????????? ???????????????????????????????? ???????????? ???????????????? ???????????????? ???????? ???????????????? ???????????????????? ?????????????????????????????????????????
Primeiro procurando coerência! Para isso, temos de começar por nós. Procurar coerência, verdade, humildade e procurar dar o nosso exemplo. O futuro não é dos messias e das pessoas que vêm muito iluminadas trazer mensagens. O futuro é da simplicidade e da partilha da dificuldade, do testemunho vivo. Cada vez mais as pessoas precisam de se inspirar a ouvir alguém a dar testemunho da sua própria dificuldade porque isso é o que inspira. O tema de fundo é o testemunho, passando pela verdade das nossas células. Quando eu digo algo que entra em ressonância com aquilo que eu sou, eu estou em sintonia, e a pessoa que me ouve recebe essa verdade. A verdade não está nas palavras, no que estou a verbalizar, mas na energia daquilo que estou a passar. A comunicação do futuro tem de ser esta, verdade. Verdade entre a mensagem verbal, a mensagem subtil, a mensagem energética, a mensagem de toda a linguagem do corpo.
???????????????? ???????????????????????????????????????????????? ???????? ????????????????????????????????çõ????????, ???????????????? ???????????????????????????????? ???? ???????????? ????ã???? ???????? ????????????????????????????????çõ???????? ?????????????????????????????????????????
Para mim as constelações dever-se-iam chamar equilíbrio da família, da consciência, da ordem, porque nós estamos sempre em equilíbrio. As constelações dão-nos a possibilidade de ganharmos consciência do “preço que estamos a pagar” e da dor que representa o preço de manter o equilibro; para libertar esse “preço” e podermos ser conscientes em Amor, sem dor; é Amor com consciência. Cada família passou por situações muito duras e destinos difíceis que ficaram presos na linha do tempo, como uma dor muito profunda, criando uma espécie de “nó”, como se fosse um rio que tem um grande obstáculo e deixa de fluir da mesma maneira. Toda a água que bate naquele obstáculo cria um remoinho, uma repetição. Essa repetição serve para quê? Para que eu, pela repetição da mesma história, aprenda a amar a parte de mim ou a parte do sistema que ficou retida, e a libertar. Então a repetição serve como uma forma de aprendizagem. Quando eu não olho, aquilo que eu reprimo transforma- se no meu destino e aquilo a que eu resisto, persiste. Portanto, a natureza vai bater ali – água mole em pedra dura, tanto bate até que fura – até que eu consiga tomar toda aquela história para mim e a partir dai libertar a energia que lá está. Isto são constelações familiares, uma técnica que nos permite abordar e trazer à luz, ao consciente, aquilo que está no inconsciente e que não está a ser visto. Isto no fundo traduz a linguagem do mundo de uma realidade ignorada por nós, de uma forma muito bonita e muito prática.
???????????????? ????????????????????????????????????, ???????????? ????á ???????????? ???????????? ????????????????, ???????????????????????? ???????????????????? ???????????????????????????? ???????????????? ???????? ????????????????????????????????. ???????????? ????????????????????????????çã???? ???????????????? ???????????????????? ???????????????????????????????????????????????????? ???????? ???????????????????????????? ????????????????é????????????????? ???? ???????????? é ???????????? ????????????á ???? ???????????????????????????????????? ???????? ????????????????????ç???? ???????? ???????????????????????????????? ???????????? ????ã???? ???????????????????????? ????í???????????????????? ???????? ????????????????????ç?????
Eu acredito profundamente que por detrás de cada profissão há um ser humano que procura viver a sua vida com consciência, e que todos nós temos o instinto de fazermos algo pelos outros, por nós e pelos outros. Há muito tempo que o direito e as pessoas ligadas ao direito deixaram de se sentir inspiradas por aquilo que fazem, estão tomadas por um conjunto de regras e obrigações que desvirtuam a essência e a razão mais íntima e profunda que as levou a sentir o apelo por aquela profissão. Eu não acredito que nenhum advogado não queira um sentimento de justiça, de equilíbrio e de libertação do sofrimento do outro. Há muito tempo que estamos presos noutra dinâmica que não essa. Estamos a falar do quê? De que o direito sistémico devolve a dignidade da profissão pois repõe a origem; o projeto sentido da origem da própria dimensão humana que está na base do próprio direito. Há muito que se perdeu isso – essa humanidade – e através do direito sistémico nós podemos resgatar aquilo que é o projeto sentido desta profissão. Podemos humanizar e trazer de novo esta dimensão humana; esta dimensão do advogado ou do magistrado se sentir ligado a um lugar que reverbera dentro de si e que o faz acreditar novamente na possibilidade da sua importância perante a sua profissão e da diferença que essa pode fazer na vida das pessoas. E nós temos que resgatar esta dimensão humana. Aqui entendo o paradigma, entendo perfeitamente as resistências, porque graças a tudo o que foi feito até hoje no Direito, a consciência sistémica pode nascer e o Direito Sistémico pode nascer. É como se o Direito Sistémico fosse um filho pequeno e o Direito fosse o pai. E o filho, para ser ouvido à mesa, tem que respeitar a voz do pai. Há uma ordem. Esta criança está a nascer e está a crescer, e ela vai dar cartas, ela vai falar. E os pais também precisam de olhar para os filhos e perceber que os filhos fazem parte do mundo de amanhã onde os pais já não estarão, pela natureza da própria idade. E há um momento onde os pais começam a ouvir os filhos e começam a perceber que os filhos estão a dizer qualquer coisa de diferente daquilo que eles disseram, um bocadinho mais à frente, a juntar outras coisas, porque a sua cabeça e o seus corações fazem parte de um novo mundo, que abarca e que sintetiza outras dimensões e outras histórias. Que trás uma outra bagagem, uma outra vontade de saber, outro espaço interno. E o que se passa com o Direito em Portugal é isto. Portanto, eu acredito que os advogados e os magistrados vão perceber que isto não é nada contra coisa nenhuma, que isto não é uma nova forma de Direito, que isto não é uma nova disciplina do Direito, isto não é um novo Direito, é um resgate da essência do Direito no seu estado mais puro para voltar à unidade. Acredito que, apesar de tudo, embora tenha sido um juiz que olhou e sintetizou esta abordagem e esta atitude, algo que me diz que são os advogados que vão fazer a grande revolução! Porque 80% ou mais dos casos poderão nem sequer chegar a tribunal se o advogado tiver esta visão sistémica.
????????????????????, ???????? ????????????????çã???? ???????? ????????????????????????????????????, ???? ???????????? é ???????????? ???????????????????????????? ???????????????????????????? ???????????? ????????ó???????????????????? ???????????????? ????, ???? ???? ???? ???????? ?????????????????????
Ninguém vai sair da mesma maneira que entrou, isso, eu posso garantir. Estamos numa fase tão única na evolução da humanidade e num ponto filosófico tão grande que este congresso serve exatamente para isto: para despertar as pessoas de todas as profissões para a dimensão do próprio projeto – sentirem a sua profissão. A consciência sistémica é a base de todo o Congresso, através dela abordamos diferentes dimensões: os relacionamentos, porque o relacionamento amoroso começa na relação comigo própria e na relação com o meu próprio mundo interno; a Saúde, Educação, o Direito, os Sistemas Empresariais, a própria técnica das Constelações; e ainda os Povos, Nações e Territórios. Quanto aos povos, há uma cura emocional que nos liga a todos, para percebermos que no fundo do mar a terra é uma só. Ela não se separa nunca e, nunca se separou. O mar é que nos une, ou seja, os continentes não estão separados pelo mar, estão unidos pelo mar. Ele liga-nos num nível de transformação e de salto quântico emocional que temos que dar, que é olharmos uns para os outros e aprendermos no mar emocional a nos curar e a ligar.
Comentários recentes