À CONVERSA COM KWENDA LIMA
Kwenda Lima, nascido em Cabo Verde, ávido de conhecimento, explorador do mundo e um entusiasta da vibração humana. Revês-te nestas palavras, Kwenda? E o que acrescentarias para te conhecermos um pouquinho mais?
Quase que não acrescentaria nada porque está tudo dito, mas é mesmo assim, reforçar isso! Eu amo mesmo a minha espécie, adoro os seres humanos, por isso é que eu faço de tudo para que cada um possa realmente valorizar e honrar a sua presença cá na terra. Portanto, assino por baixo (risos).
Da engenharia aeroespacial para a engenharia interna do ser humano. De que forma é que se cruzam estas duas engenharias?
K- Simplesmente no facto de a engenharia aeroespacial, como sendo uma parte da engenharia de uma forma geral, criar conforto para a nossa espécie poder usufruir e manifestar a sua essência cada vez mais; Assim como a engenharia interna do ser humano vai no sentido de criar conforto, mas aqui de dentro para fora, em vez de ser de fora para dentro.
E hoje as pessoas vivem mais de fora para dentro?
K- Sim, hoje em dia as pessoas vivem mais de fora para dentro, e é importante trazer esse equilíbrio e levar as pessoas a viverem também de dentro para fora. Para que o de fora também possa encontrar a sua harmonia e a sua paz, e vibrar de forma coerente e em sincronização com essa matriz da natureza.
Inner Kaizen Humanology é um método evolutivo criado por ti. Em que é que consiste?
K- Consiste exatamente em trazer ferramentas para que o ser humano possa sentir que está ligado à natureza, que ela é uma dádiva, que é vida e é amor, que é uma semente que tem de se escolher, tem que se saber em que terra vai ser semeada, e criar todas as condições à volta dele para que realmente a sua árvore possa crescer em boas condições e possa partilhar o seu fruto. Então o Inner Kaizen faz isso, traz essas ferramentas para que a pessoa possa saber usar o seu tempo e a sua energia da melhor forma e perceber que nós não gastamos a energia à toa. É ter a capacidade de transformar essa energia em alimento.
E em que é que te inspiras?
K- Eu inspiro-me muito na natureza e um dos livros mais importante para mim são as árvores. É uma universidade incrível, é uma disciplina incrível, é uma equação impressionante, porque ajuda-me a entender, desde a conceção, a relação semente terra, todos os ingredientes, todos os nutrientes que ela contém. Toda essa sabedoria até brotar, até crescer todo o processo de passar dessa densidade da terra para uma densidade mais leve. Toda essa alquimia dos quatro elementos que faz com que o tronco seja forte e chegar ao ponto de separar os ramos, que estão unidos. Os ramos vão-se separando à procura dos nutrientes mais subtis para poder trazer, fazer esse caminho de volta à raiz, e a raiz aos ramos, a seiva que percorre a raiz e que vai até aos ramos, para que realmente a árvore possa dar o seu fruto. Então é um livro muito importante para mim que são as árvores. E outro livro que também faz parte dessa estrutura é o povo das pedras. A pedra é um ser incrível, muitas vezes é desprezada, mas é dos seres que tem as memórias mais antigas do nosso planeta, é um elemento na terra que faz um trabalho incrível, faz mesmo a limpeza da alma. As pedras fazem uma limpeza da alma incrível, por isso é que os grandes templos têm sempre pedras antigas à entrada. E é por isso também que as crianças gostam tanto de colecionar pedras, e é importante pensar nisso, porque as pedras trazem uma limpeza e contêm uma memória incrível. Para mim são fontes muito importantes e inspiradoras, que me ajudam a fazer passar cá para fora toda essa essência que trago comigo desde muito longe (risos).
Trazes também contigo o gosto pelos aviões. Pergunto eu, que voos, que sonhos, ainda tens por realizar?
K- Em relação aos aviões já tive sonhos de pilotar um avião, mas já não é bem um sonho e, se um dia acontecer, será muito bem recebido. Mas agora tenho outros voos, comecei a ser piloto cá dentro, faço muitos voos da minha própria pessoa que me fazem também ligar à matriz da alma universal. Esse, sim, é um voo incrível! Faz-me trazer ingredientes e ferramentas para partilhar com a espécie que eu admiro, que é a espécie humana, em quem eu tenho muita esperança de conseguirmos todos realmente ter essa humildade de nos abraçarmos com a natureza e de termos cada vez mais respeito pelos outros e por todos os seres que estão aqui connosco, neste a que nós chamamos planeta terra. O meu sonho é realmente ver todos os seres humanos a abraçar a simplicidade; ter a simplicidade como veículo e a direção como sendo a profundidade. Esses, sim, são os meus sonhos (risos).
Que mensagem gostarias de deixar a todos os que ainda não se sentem suficientes? E o que é que podemos entender com isto de ser suficiente?
K- É muito importante que nós tenhamos a consciência de que a partir do momento que nos foi dada essa grande oportunidade de cá estar, de nascer, de vir para aqui, já é uma afirmação de que somos suficientes. Nós aprendemos muita coisa, e vamos continuar a aprender, mas não podemos esquecer e diferenciar a aprendizagem, porque nós aprendemos para saber estar na sociedade, para saber lidar com aquilo que vamos construindo como seres dessa sociedade, para nos podermos salvar. Mas, na verdade, nós não aprendemos, não temos que aprender nada relativamente à nossa essência, só temos que fazer o caminho para ela ser manifestada. E então as pessoas têm mesmo que se mentalizar e enraizar a noção de que são suficientes, porque uma semente é um potencial, mas ela não se questiona, só precisa de ser colocada na terra e ter condições para que ela possa brotar e ser uma árvore, e que essa árvore possa dar o seu fruto. Mas uma árvore não aprende a ser. Ela é. Ela só precisa de condições, e essas condições podemos aprender, como criar essas condições, para que realmente possamos ser e deixarmos ser, porque a gente não procura a verdade. A gente vive a verdade. Não é preciso procurar a verdade. É preciso vivê-la. É preciso criar condições para que ela possa ser manifestada através de nós. Eu aconselho as pessoas a acreditarem mais nelas, mas acreditar não é uma técnica. É uma fé. É confiar. E a fé é uma energia que tem que ser praticada, dia a dia. É confiar e acreditar no desconhecido e deixar a natureza fazer o seu papel. Se nós deixarmos o nosso corpo fazer o seu papel vamos ter grandes surpresas de quem realmente somos e aí vamos perceber aquilo que eu quero dizer com “Nós somos suficientes!”
Os conceitos veiculados, para além da filosofia de vida subjacente parecem.me super interessantes. Gostaria de frequentar um workshop. É neste sentido, há previsão da realização deste tipo de evento??
Bom dia. Temos novas datas para Kwenda Lima no Affectum. Pode consultar a informação aqui https://affectum.pt/mbolo-um-caminho-para-a-profundidade-do-ser/
Inscrições aqui https://docs.google.com/forms/u/2/d/1TKGRswxEHpOtBo_p_rctUv5pLnoYgqNjTmORi7CGi_4/edit