À CONVERSA COM ANGELA SELLERS
Inglesa com Portugal no coração, descobriu em Paredes de Coura a sua casa. Dedica a sua vida a orientar pessoas no caminho do autoconhecimento e desenvolvimento humano e acredita que a natureza é a melhor escola da vida. Sempre ávida de novos projetos, fala-nos dos seus novos desafios e de como o aumento da consciência nos transforma em pessoas mais sábias e cheias de alegria. Tal como a idade. E para que não restem dúvidas, é a prova disso.
Angela Sellers, sete palavras que a definem como pessoa
Sabedoria, consciência, alegria, simplicidade, serviço, família e desapego.
Fale-nos um pouco do seu percurso de vida
Nasci em Inglaterra e vim para Portugal de barco nos anos quarenta, o que foi uma enorme aventura para uma menina com quatro anos. Tive uma avó portuguesa, Branca de nome, que me mostrou pela sua forma de ser muitas formas diferentes de viver. Aos doze anos voltei para Inglaterra para estudar num colégio interno, e só voltei a viver em Portugal com vinte e dois anos quando casei com um inglês aqui radicado. Talvez por isto sempre tenha sentido que Portugal é o meu lar. Tenho dois filhos e sempre me identifiquei com a natureza, onde vivi por longos períodos de tempo ao longo da minha vida. Meditar e estudar filosofia e as bases da física quântica perto da natureza despertou-me a consciência e levou-me de novo a Inglaterra para tirar cursos relacionados com a cura energética (healing) e aconselhamento no registo do ser. Com a natureza tratei as ervas aromáticas para fins terapêuticos.
Depois disto veio o Tarot e com ele introduziram-se os cristais na minha vida, impondo-se como a grande ferramenta da intuição para leituras de orientação individual. Além das consultas a que me dedico até hoje, dei formações de healing e autoconhecimento.
Em Havana desenvolvi um trabalho como voluntária a dar consultas e cursos a jovens e idosos neste mundo da inteligência emocional, do amor próprio e do desapego. Nessa altura dediquei-me também ao estudo profundo da astrologia médica, o que me mostrou uma perspetiva holográfica do lugar do ser humano no universo. Mais recentemente criei grupos de meditação para crianças e ainda meditação personalizada para indivíduos em busca da sua essência. E porque não vivo sem novos projetos, estou agora também dedicada a criar workshops em parceria com o Affectum para os mais velhos relembrarem a sabedoria e a alegria inatas em todo o ser humano.
O que me move é ver o despertar de consciência das pessoas e o reconhecimento delas próprios. Espero que a vida me permita não parar nunca.
Consegue precisar o momento de viragem, aquele que separa a Angela que vivia para corresponder às expectativas dos outros e a Angela que vive o seu Ser em plenitude?
Algures nos anos setenta, tinha eu uns trinta e tal anos, através de uma doença que me condicionou a nível físico, despertei definitivamente para o meu propósito de vida que é o serviço. A partir daí segui o meu caminho de vida e dediquei-me a ajudar as pessoas nos seus processos de autoconhecimento.
Que lugar ocupa a meditação nos seus dias?
Para mim é fundamental e pratico-a em qualquer lugar ou circunstância, inclusivamente a jardinar, cozinhar, pintar, caminhar e escutar. Faz parte do meu dia a dia. Faz parte de quem sou.
Para quando os novos projetos?
Em setembro inicia-se uma nova etapa com atendimento individual no espaço Affectum, em Braga, e em outubro é lançado o programa da grande aventura que é envelhecer com sabedoria e muita alegria. Estou muito entusiasmada!
Uma pessoa que a inspira?
David Attenborough, pelo sua dedicação e amor à vida nesta terra.
Um livro para despertar a consciência
O Novo Mundo, de Eckhart Tolle.
Um lugar
Um lugar muito especial que encontro no meu imaginário.
Uma mensagem para os leitores
Vivam cada momento e procurem sempre a simplicidade.
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